domingo, 17 de fevereiro de 2008

Entrevista - Sebastão Salgado para Revista da Livraria Cultura nº6 2008









O fotógrafo Sebastião Salgado está sempre em trânsito pela vida. Em sua base, a cidade de Paris, reside por não mais do que três meses do ano. No tempo restante, está metido em algum recôndito canto do planeta, fotografando o humano, as paisagens ou os animais. Ao longo dos anos, a África se tornou um destino privilegiado de suas numerosas expedições. Imagens registradas em 40 reportagens feitas durante 30 anos foram reunidas agora em um livro, lançado pela editora alemã Taschen. A obra mostra a força, a intensidade, a poesia e a singularidade da arte do fotógrafo no revelar as várias faces do continente africano. Entre um desembarque da Colômbia e um embarque para o Japão, Sebastião Salgado conversou na capital francesa com a Revista da Cultura sobre a África, mas também sobre os destinos do planeta, o Brasil, a política e seu trabalho como fotógrafo.
Por Fernando Eichenberg, de Paris



Você se lembra das sensações da primeira vez em que pisou na África, em 1971? A África era um enigma para mim, sempre tive vontade de conhecer. Quando estive lá pela primeira vez, estava chegando onde sempre sonhei ir. E cheguei em um momento muito interessante, as cidades não eram tão grandes e agressivas como o são hoje. Eram agradáveis. Lembro que ficamos no hotel Norfolk, em Nairóbi (Quênia). Um hotel no campo, tinha um parquezinho, bicho em volta. Hoje, o hotel está no meio da cidade. É o mesmo hotel, a cidade cresceu em volta dele, ficou algo monstruoso. Era tudo tão tranqüilo... Chegamos a Nairóbi em uma sexta-feira e na segunda-feira voamos para Kampala (Uganda), sobrevoando o lago Vitória. Chegamos a Ruanda, em Kigali, uma cidade pequenina em que se fazia tudo a pé – hoje é imensa. Ficamos umas três semanas por lá, circulando de carro, um Volkswagenzinho, e naquela época não havia um palmo de estrada asfaltada. Até hoje é minha referência, são as cores, a temperatura, quando estou voando para lá, sinto exatamente a mesma coisa que senti na primeira vez. Devo conhecer pelo menos uns 30 países do continente. Tive uma bela amostragem de todas as partes. Mas houve um momento em que jurei nunca mais pôr os pés na África. Quando foi isso? Foi nos anos 1974-1975, de violência extrema em Angola, a guerra... E com as barbáries que vi, disse: “Chega, não volto mais!”. E acabei voltando e voltando e voltando. Cheguei da África agora em outubro, estou indo novamente em janeiro, volto mais uma vez depois. É um lugar maravilhoso, de contradições brutais, de violências terríveis. Mas não é uma violência característica, mas sim da espécie humana. É a mesma do Brasil, das favelas do Rio, de gente assassinada nas cidades brasileiras. Tem também o que aconteceu na Bósnia, no Kosovo. Também a barbárie total que aconteceu aqui na Europa, há 60 anos. É uma característica da nossa espécie. Hoje está muito na moda falar da África, porque é o exemplo mais recente e perto, que acontece sempre. Ao mesmo tempo, é um continente maravilhoso, com paisagens sublimes, onde encontramos o ser humano que fomos há 5 mil anos. Como é a sensação de acompanhar de perto mais de 30 anos de história? É algo fabuloso poder conviver com tribos que ainda vivem com o essencial da vida, onde o importante é ter, da maneira mais fina, o seu instinto de sobrevivência. Você passa a ser um bicho-homem ligado ao seu planeta. Trabalhei todos esses anos por lá, pude participar da história recente, dos últimos 40 anos do continente. Estive presente como repórter fotográfico, podendo viajar na crista da onda da história africana e testemunhar a formação de países, a imigração, o trabalho, os animais, as paisagens, as grandes secas, o castigo e a prenda da natureza, o efeito da globalização, tudo isso são imagens que estão nesse livro, que para mim não trata só da história da África. Está muito correto o que o Mia Couto escreve no prefácio: você passa a ser não mais só o fotógrafo, mas a sofrer o efeito de tudo do que a África te impregnou. Foi algo muito rico para mim.
O escritor moçambicano Mia Couto escreveu que você visitou a África em tempos de cristal e em tempos de lágrima, testemunhou a consumação do trágico, mas também o eclodir da esperança. Você vê saída para a África? Há saída, sim. Moçambique é um exemplo. Foi o único caso de uma negociação de paz levada a cabo pela ONU que funcionou. O fluxo de investimento é forte, a modificação estrutural do país... Botsuana e Namíbia também estão indo bem. Mesmo a África do Sul. A violência de lá é a nossa e a da Colômbia. É a violência de países que se urbanizaram, que adquiriram em três ou quatro décadas uma estrutura parecida com as que consideramos modernas nos países da Europa. O Brasil passou de 80% de população rural há 40 anos para 85% de população urbana, o que a Europa levou 600 ou 800 anos para fazer. É claro que não podemos deixar o continente africano abandonado. Nos últimos séculos, o melhor da África foi para o Brasil e para a América do Norte. Pegamos os escravos, quem era mais forte, quem tinha capacidade de trabalho. Quem vem para a Europa hoje? São os que têm maior capacidade de iniciativa, que não conseguem fazer nada em seu próprio país, pois não há fluxo de investimento, só matéria-prima. Isso vai ter de parar. Foi o caso do Brasil. Há 30 anos, éramos meros fornecedores de matéria-prima e hoje temos empresas como a Vale do Rio Doce, a 16ª maior do mundo. Eu não poderia imaginar isso nos anos 1950. Nos anos 1960, quando vivi no interior, todos os caminhões que destruíram nossa Mata Atlântica vinham dos Estados Unidos. Quando iríamos imaginar que seríamos esses grandes exportadores de hoje? Estamos vendo a desmoralização de uma referência do planeta em termos monetários, que é o dólar. Quem diria? Temos o direito de ser otimistas nesse caso. Não que a violência vá acabar do dia para a noite, mas acho que é o momento de as coisas começarem a mudar. Está-se indo na boa direção. Da África para o planeta. O seu projeto Gênesis é uma forma de repensar o “de onde viemos, para onde vamos”. Você acredita na supremacia do atual discurso ecológico sobre o mundo consumista, imediatista e individualista? O discurso no planeta mudou radicalmente nos últimos dez anos. A ponto de um ex-candidato a presidente dos EUA ter sido prêmio Nobel a partir de um discurso inteiramente ecológico. Atualmente, as pessoas com possibilidades de se tornar presidente do país são as que têm uma preocupação com esse grito de alarme do aquecimento global, que é real. Hoje, chega-se à conclusão de que todo o gelo do Ártico, que deveria terminar nos próximos 60, 70 anos, vai acabar no máximo em 10, 12 anos. É um momento muito interessante, porque o perigo está aí e as coisas vão ter de mudar. Não há uma empresa nesta parte do planeta que não tenha como referência o discurso ecológico. Nesse ponto, estamos muito atrasados no Brasil. O discurso da agricultura que tem hoje o governo, com o qual tenho certa proximidade, é um discurso velho. O discurso da megaempresa agrícola, de grande exportador de matéria-prima... Quando se calcula a porcentagem que essa matéria-prima exportada tem na composição do PIB brasileiro, é algo muito pequeno. O discurso moderno da agricultura é o do desenvolvimento sustentável, da recuperação ambiental. Podemos reduzir a aceleração do efeito do aquecimento plantando árvores. E temos um espaço incrível para fazer isso no Brasil, para reequilibrar o fornecimento de água. Mas, ao lado desse discurso velho do governo brasileiro, existe uma preocupação nova. Há ONGs muito sérias e fortes, há um grupo de intelectuais, uma grande parte da população que está preocupada com isso, sim.

Você sempre denunciou a “ditadura financeira” como um dos piores males de nosso tempo. Ainda é? Vejo mais do que nunca o perigo disso. Mas muitas coisas trazem nelas mesmas a solução. A denúncia dessa grande ditadura financeira, a transparência de uma série de setores da economia, que antes não existia, começa a aparecer. Essas coisas terão de ser resolvidas, apesar de continuarmos acumulando de uma maneira incrível. Veja a quantidade de dinheiro desses fundos de pensão, a concentração dos bancos. Mas eles também têm certa vulnerabilidade. O fato de os americanos não terem hoje condições de pagar as prestações de suas casas, por causa dos juros altíssimos que os bancos impuseram, provocou uma crise forte no sistema financeiro. Tenho a impressão de que haverá um sistema de autocorreção na distribuição de renda no mundo, e relativamente rápido. Há pouquíssimos anos, toda a renda do planeta era concentrada na América do Norte, em algumas praças financeiras da Ásia, como Japão e Hong Kong, e na Europa. Hoje, está começando a haver uma redistribuição rápida disso, apesar de a renda ainda ficar muito concentrada na parte alta de todas as sociedades. Mas há uma reorganização desse fluxo financeiro, com a participação de outras praças, como São Paulo, Xangai, Nova Délhi, Bombaim, Moscou. Nenhuma era importante há dez anos. Veja a história do Mercosul. O Brasil tem cerca de 185 milhões de habitantes. Somados à população da Argentina, da Venezuela e, se entrar também, da Colômbia, você cria um bloco de consumidores tão forte quanto o bloco europeu. Com uma vantagem: o bloco europeu já chegou a um nível de saturação de consumo, e no Mercosul ainda há tudo por fazer. Politicamente, você sempre se posicionou à esquerda. Como anda a esquerda face ao desafio de apresentar alternativas nesses tempos de neoliberalismo e globalização? A esquerda tem de se desfazer e se fazer outra vez. Não há outro jeito. Pensar de uma maneira considerada de esquerda era o quê? Distribuição de renda, uma forma social mais justa, politicamente correta. Hoje as coisas mudaram. Muitas variáveis que não eram importantes passaram a ser, como a ecologia. Para se ter um pensamento de esquerda, tem de entrar a variável ecológica, bem como o desenvolvimento sustentável, a redistribuição de renda, a pesquisa. Mas quem tem um comportamento de esquerda? O Al Gore tem. O presidente Sarkozy, um homem da direita francesa, foi quem criou o Ministério do Meio Ambiente como um dos grandes ministérios do estado, o que até então não era. O Partido Socialista francês morreu por não entender o que estava acontecendo. A esquerda no Brasil, por exemplo, tem propostas antigas, que já amadureceram, secaram, morreram, mas ainda são utilizadas como instrumento de governo, e acho que isso tem de mudar. Contudo, o pensamento de esquerda nunca foi tão forte e tão vital como agora.

Que propostas antigas ainda são utilizadas como instrumento de governo? São tantas. A idéia de que o importante é o proletariado, é criar emprego no setor industrial, no setor de exportação agrícola. A forma de criar energia no Brasil... Essas coisas já passaram. O Brasil necessita de energia demais, mas essas formas já não são mais as boas, há outras maneiras de fazer. Também as estruturas pesadas dos partidos não podem mais funcionar assim. Como vê os governos de Evo Morales, na Bolívia, e de Hugo Chávez, na Venezuela? São coisas do passado no presente. Em 2006, passei dois meses na Venezuela e vi a forma como a coisa está sendo feita e imposta. Vai ser muito duro para o país. Mas a Venezuela vem de um passado terrível, com uma classe no poder que dominou e roubou tudo. Se tivesse sido de outra forma, poderia ser um dos grandes países do planeta. Mas roubaram tudo. Então, existe uma amargura muito forte na classe que foi roubada durante todo esse tempo e que levou ao poder alguém que se transformou em um ditador, se armando até os dentes. Para quê? Os Estados Unidos vão atacar a Venezuela? Jamais. Para tomar um caminho interessante, a Venezuela terá de passar por um processo de auto-regeneração e de sofrimento também. Historicamente, você não tem medo, pois sabe que as coisas vão passar. Mas quando você vai lá e vê do jeito que está... Vai ser duro! E o governo Lula? Confio no Lula, acho uma pessoa interessante, o conheço, acho que tem um carisma e que pode fazer as coisas. Não se pode comparar o Lula ao Chávez, pois o Brasil é um sistema democrático. Está em um processo de ajuste e de correção fabuloso do aparelho de estado. O Brasil tem instituições fortes. No seu posicionamento internacional, conta com uma chave que poucos países têm, que é um Ministério das Relações Exteriores, baseado no Itamaraty, de ótima qualidade e com técnicos fantásticos. O Brasil tem um exército que se modernizou e se profissionalizou. Conheci vários oficiais e unidades do exército brasileiro representados fora do país, e a maneira como se comportam não tem mais a ver com aquele exército velho, de que tínhamos medo. Isso mudou. O Brasil tem um sistema federal de coleta de impostos justo. Há um sistema de pesquisa em determinados setores muito interessante. Na agricultura, há um sistema que deveria ser mais apoiado, que é a Embrapa. A Petrobrás desenvolveu tecnologia de offshore única no planeta. Gosto muito da idéia do governo Lula de redistribuição de renda. Não sei se o Bolsa Família é o melhor, mas houve uma revolução nesse sentido e tem de ser reconhecida.

Você se sente brasileiro, um pouco francês, cidadão do mundo? Meu passaporte brasileiro foi retido, por volta de 1975, e depois entrei com um processo, junto com o Augusto Boal, para recuperá-lo. Tenho documentos franceses, mas me sinto brasileiro. Estou adaptado aqui e tenho filhos nascidos na França, mas sou brasileiro, o que para mim é um prazer e uma honra. Nessas viagens pelo mundo me coloco a partir de uma ótica muito mais brasileira do que francesa. Com o privilégio de ter viajado por mais de 120 países, de ter visto esse planeta de dentro, com tempo. Sou brasileiro com formação internacional. Como fotógrafo, sua maneira de enxergar, sua relação com a luz, é brasileira e sua formação é francesa? É interessante, porque, pelo lado técnico da fotografia, sou formado na França, mas, para os fotógrafos franceses, sou considerado um fotógrafo brasileiro, porque minha maneira de ver não é a daqui. É meio especial. Tudo o que aprendi em fotografia foi aqui, mas isso é uma variável até o momento em que passa a ser uma constante, pois o que você aprendeu está aprendido, e o importante na fotografia é o que você tem e traz dentro de você. É a sua visão de mundo, que no meu caso é muito brasileira.

Você começou a fotografar paisagens recentemente e diz que evoluiu muito em relação à natureza. Como foi isso? Essa reaproximação com a natureza foi no Vale do Rio Doce, onde nasci. É tão importante você não romper com sua raiz. Eu rodei, fiquei anos fora do Brasil e, no dia em que fui fixar uma âncora, foi lá. E voltei para aquela luz, para aquele lugar. Isso levou a uma transformação da minha fotografia. Foi a experiência com aquela terra. Claro que tudo é explicável, mas há coisas que você não compreende e nem sabe por que é levado de volta. Uma vez, estava com uma equipe de televisão lá em Aimorés e fui levá-los para pegarem um ônibus direto para Vitória. Fui passando por uma estradinha adentro e um deles me disse: “Salgado, você morou tanto tempo na França, mas na realidade nunca saiu daqui” (risos). Quando subo no avião para ir ao Brasil, já entro rindo, me transformo e chego como se nunca tivesse saído de lá. O projeto Gênesis busca regiões virgens nos 46% do planeta que você diz que ainda estão intactos. Como são essas viagens? Quando você está em uma tribo lá no interior do Brasil, no fundo do Amazonas, vê que ela não tem nada para aprender aqui com essa sociedade. O que é essencial, já sabíamos há 5 mil anos. Já tínhamos antibióticos. Nós apenas sistematizamos e transformamos em outros componentes químicos para aumentar a quantidade, mas a base já havia. Antiinflamatório já havia. Os ianomâmis lá do interior de Roraima têm uma noção de geologia perfeita. Eles são seminômades, só vão voltar para um local em que haviam se fixado 100 anos depois, quando a floresta estiver refeita. Os problemas que temos de amar, de sofrer, de ciúme, são os mesmos. O que é interessante na preservação dessas partes do mundo é a preservação da nossa referência. Isso é muito importante. É quase impossível fazer uma projeção futura sem olhar para trás. É importante preservar a natureza, os grandes sistemas de água. O planeta não está em perigo, ele é um velho de 6 bilhões de anos, e daqui a 6 bilhões de anos ainda vai estar aqui. Quem está em perigo somos nós, nossa espécie. A questão é que devemos ser sábios o suficiente e refazer o que desfizemos. Só isso. A idéia desse projeto Gênesis é buscar essas áreas, ajudar a fazer uma nova apresentação do planeta. Minhas fotografias não têm importância. Mas as minhas fotografias somadas a este artigo, mais as informações da televisão, as organizações que estão militando, as instituições de boa vontade, passam a ser um elemento dentro disso tudo. Nos distanciamos demais do planeta. Há o fato de termos urbanizado, de nos considerarmos o único animal racional – o que é uma mentira, cada espécie tem seu racionalismo. Hoje, se discute a distribuição de renda, a destruição da floresta tropical, a poluição do oceano, a aids, tudo o que se quiser, e não encontramos soluções. Estamos meio perdidos. Nossa espécie está desencontrada. Para mim, o fator principal é que perdemos o contato com o planeta e a idéia de que somos natureza. Acreditamos que somos seres diferentes, privilegiados, com direito a consumir, destruir. Não temos esse direito. Tudo o que é destruído é um déficit. E esse déficit, outro vai pagar por você.




Como você se imagina daqui a dez anos? Fotógrafos vão longe. É uma profissão em que você vive pra fora, tem válvula de escape o tempo todo. Estive no México há poucos anos, foi o aniversário de 100 anos do Álvarez Bravo. O Henri Cartier-Bresson morreu com 96 anos. Lembro que, quando trabalhava na agência Magnum, a Eve Arnold, que tinha mais de 85 anos na época, pegava a máquina, entrava no avião e ia para a Índia fotografar. Não vejo prazo para terminar a minha carreira. Fazer projetos de oito anos como o Gênesis já é mais complicado. Possivelmente este seja meu último longo projeto. A partir daí, vou viver como todo o mundo, o dia-a-dia. Você já se disse admirador de Guimarães Rosa e de Jorge Amado. O que está lendo agora? Acabei de ler A fazenda africanoa, da escritora dinamarquesa Karen Blixen. É fantástico ler um livro sobre a África escrito nos anos 1930. E reli agora O nome da rosa, do Umberto Eco. Estou sempre lendo. Meu grande companheiro de viagem é o livro, sempre consigo uma horinha para ler. Questionado se, até ali, a vida havia sido boa com ele, o filósofo Jean-Paul Sartre respondeu: “No todo, sim. Não tenho do que me queixar. Ela me deu o que eu queria e, ao mesmo tempo, me fez reconhecer que não era grande coisa. Mas o que se pode fazer?”. E encerrou com uma grande gargalhada. A vida foi boa com você? Não posso me queixar. A vida foi boa para mim. Sou uma das poucas pessoas que teve a oportunidade de ver o planeta a fundo, de conhecer diferentes culturas. E agora, com o projeto Gênesis, tenho a oportunidade de conhecer as coisas mais nobres, mais fantásticas e de mais difícil acesso – porque nas de fácil acesso todo o mundo já foi e destruiu. É uma surpresa a cada curva da vida. Não dá para você ser blasé, porque é um prazer grande cada nova descoberta. Como fotógrafo, assim, houve possivelmente uma profissão na Idade Média, que depois desapareceu, que foi a dos andarilhos, pessoas que iam de um lugar a outro, aprendiam, transmitiam, iam passando para a frente. Realmente, tenho uma profissão interessante. Fui um privilegiado na vida. ©

Esta Dica de entrevista foi do Luiz, ontem lá assembléia, onde ele nos levou um exemplar da Revista da Cultura.

Valeu Luiz,

Um Abraço,

Alessandro Souza

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