Exposição apresenta imagens de nomes importantes como Cartier-Bresson, Rodtchenko, Man Ray e Brassaï
Com trabalhos que pertenciam ao ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, "Fotógrafos da Vida Moderna" começa amanhã
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Man Ray, Cartier-Bresson, Leni Riefenstahl, Robert Doisneau. Grandes nomes da história da fotografia, quase ausentes de coleções de instituições públicas brasileiras, cujas imagens poderão ser vistas a partir de amanhã no MAC (Museu de Arte Contemporânea) do parque Ibirapuera, na exposição "Fotógrafos da Vida Moderna".
A mostra, com curadoria de Helouise Costa, pesquisadora e vice-diretora do museu, reúne 154 fotografias. Desse total, 124 pertenciam à coleção do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira e foram destinadas ao MAC, sob guarda provisória por decisão judicial.
Complementam a mostra trabalhos já pertencentes ao acervo do museu e ao acervo do IEB (Instituto de Estudos Brasileiros). "Achei importante que as fotografias dialogassem com imagens que já estivessem em outros acervos", diz a curadora. Ela lembra que a coleção de Cid Ferreira tinha cerca de 1.500 fotografias, das quais aproximadamente mil ficaram com o MAC. Outras instituições públicas, como o Museu do Ipiranga, ficaram com o restante, também sob guarda provisória.
Desde novembro de 2005, segundo Costa, os trabalhos estavam no MAC. O primeiro problema a resolver foi identificar todas as fotografias e fazer um inventário delas. "Tivemos de nos preparar para receber esse grande lote, adaptando a reserva técnica e acondicionando as obras de forma adequada."
Para montar "Fotógrafos..." no MAC Ibirapuera, outro ponto problemático foi como apresentar a numerosa coleção, que vai desde precursores no meio, como Eadweard Muybridge (1830-1904) até nomes contemporâneos, como Tracey Moffatt, 47. Na primeira sala da exposição, já há diversas fotografias de Brassaï (1899-1984) e Man Ray (1890-1976), que são os nomes com mais obras representadas (11 e 14, respectivamente).
"Nesse primeiro segmento, quis mostrar como foi construída a imagem do artista, a partir da colaboração mútua de nomes como Picasso e Chagall com os fotógrafos." Há registros raros, como o escultor Brancusi (1876-1957) de olhar perdido em seu ateliê, retratado por Steichen (1879-1973).
Os cruzamentos entre o documental e a experimentação estão presentes na sala seguinte, que tem desde a impressionante "Moça com Leica" (1934), de Aleksandr Rodtchenko (1891-1956), até um registro bem-humorado de freiras no Rio, de Herbert List (1903-1975).
Nas outras salas, há conjuntos raros, como o álbum de Jacques-Henri Lartigue (1894-1986) e o seu fascínio pelas máquinas modernas e seus movimentos, além de uma série de fotomontagens do escritor Jorge de Lima (1893-1953), pertencente ao IEB.
Quando: abertura amanhã, às 19h (convidados); de ter. a dom., das 10h às 18h; até 28/9
Onde: MAC-USP Ibirapuera - Pavilhão da Bienal, 3º andar (parque Ibirapuera, portão 3, tel. 0/xx/11/ 5573-5255); livre
Quanto: entrada franca
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Fonte: Jornal Folha de São Paulo 09 07 2008
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